desafios comuns
que os jornais encontram quando ingressam no TikTok
manutenção da função jornalística
4 de dezembro
de 2020
Não é incomum que os jornais, na tentativa de se adequarem à plataforma, produzam conteúdos que têm tudo a ver com o TikTok, mas nada a ver com jornalismo.
São vídeos que costumam seguir as tendências recentes da rede, como desafios de dança, dublagens, utilização de áudios engraçados. Talvez os vídeos tenham bom desempenho na plataforma, e isso pode ser importante para a construção de uma comunidade sólida de seguidores.
Mas também é possível construí-la sem esses conteúdos. Quando o jornal francês Le Monde decidiu entrar no TikTok, em junho, eles publicaram um texto falando mais sobre a decisão. Entre outras coisas, o texto mostrava duas listas:
O que nós faremos:
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Conteúdo original;
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Cinco publicações por semana;
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Dois jornalistas para incorporá-los;
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Verificação, para combater a desinformação;
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Explicação e contexto para compreender tópicos importantes;
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Leveza e um pouco de humor (não somos bichos), mas sem comprometer a confiabilidade das informações prestadas;
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Discutiremos com nossos leitores e responderemos suas perguntas com transparência.
O que não faremos:
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Publicações destinadas a ser frívolas sob o pretexto de serem "dirigidas aos jovens";
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Conteúdo reciclado;
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"Lipsync", coreografias espetaculares ou tutoriais de beleza (esta não é a nossa especialidade, deixamos isso para os profissionais).
Link para original: Le Monde
Texto traduzido: aqui
Esse tipo de predefinição de quais são os objetivos do jornal na rede faz com que os conteúdos que serão produzidos possam seguir uma unidade lógica — não relacionada à temática dos vídeos em si, mas a função que eles vão desempenhar, o motivo pelo qual estão sendo feitos. (É provável que a lista precise ser modificada conforme os jornalistas forem compreendendo o que funciona ou não para a conta do jornal.)
Esses objetivos, é claro, nem sempre vão ser iguais. Enquanto o Le Monde aposta em uma produção de conteúdos direcionados para o TikTok (leia mais sobre eles aqui), muitos jornais se utilizam da rede para construção de marca no contexto de um público mais jovem, como é o caso do Washington Post e do Jornal da Record.