desafios comuns
que os jornais encontram quando ingressam no TikTok
abordagem de temas sérios
4 de dezembro
de 2020
O TikTok é comumente visto como uma plataforma de entretenimento. Nesse sentido, à primeira vista pode parecer que só há espaço para conteúdos leves, simples ou engraçados no aplicativo. A faixa etária jovem também pode induzir a esse tipo de conclusão. A jornalista Sofía Altuna, responsável pelo TikTok do jornal argentino La Nación, contesta essa ideia:
"Tem espaço para conteúdos mais sérios porque os jovens também querem entender esses temas. Uma adolescente de 13 anos pode se interessar por uma mesma questão pela qual eu me interesso. O que muda é a forma como isso vai ser abordado — mas não existe assunto inadequado para o TikTok".
– Sofía Altuna, jornalista do La Nación
Neste tiktok do La Nación, ela prova seu ponto: o vídeo é sobre os incêndios florestais na província de Córdoba, na Argentina.
La Nación
25/08/2020
O jornalista Francesco Zaffarano, ex-editor de redes sociais do The Daily Telegraph, vai mais além:
"A próxima pessoa que vier me contar como o The Washington Post é engraçado no TikTok...
Não me entenda mal — eles são engraçados. É um dos experimentos em plataformas sociais que mais me interessou este ano [2019]. Mas, nesse setor, sempre que alguém tem uma ideia bem-sucedida, existe o risco de que todos os demais apenas tentem reproduzi-la. E, francamente, não quero passar o ano 2020 pensando em maneiras de tornar a reunião matinal hilária porque os boomers pensam que essa é a maneira de falar com a Geração Z"
– Francesco Zaffarano, editor-chefe da WILL Media e
ex-editor de redes sociais do The Daily Telegraph
E o jornalista Max Foster, âncora da CNN em Londres e dono de um dos maiores perfis de jornalistas no TikTok, endossa o coro:
“As pessoas pensam que você não pode discutir tópicos complicados no TikTok, mas isso não é verdade. Você só precisa fazer isso de uma forma envolvente e é isso que deveríamos fazer como jornalistas de qualquer maneira."
— Max Foster, âncora da CNN e correspondente em Londres.
Tem 219 mil seguidores no TikTok
outros momentos
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Em junho, o movimento Black Lives Matter ("Vidas Negras Importam", em tradução livre) teve repercussão massiva na rede: a hashtag #BML reuniu 20 bilhões de visualizações; e a #blacklivesmatter, 23,5 bilhões. Os vídeos, em geral, mostravam as manifestações nas ruas ou explicavam a conjuntura dos protestos.
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A repórter Sophia Smith Galer, da BBC UK, produziu um mini documentário e um podcast mostrando desdobramentos das eleições presidenciais estadunidenses de 2020 no TikTok. Ela conversou com jovens que ganharam projeção na rede com conteúdos sobre política, ainda que, em alguns casos, ainda não tenham idade para votar.
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Mais recentemente, para as eleições brasileiras de 2020, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez uma parceria oficial com o TikTok. Além de auxiliarem o TSE com a criação de vídeos para sua conta própria, o aplicativo fixou, na página inicial de todos os usuários do Brasil, um guia com dúvidas frequentes sobre o dia das eleições (confira aqui).
São muitas as situações que mostram que os vídeos publicados no aplicativo não têm de ser necessariamente descontraídos. Em sua carta de entrada no TikTok, o jornal francês Le Monde resume bem essa ideia: "Não faremos publicações destinadas a ser frívolas sob o pretexto de serem 'dirigidas aos jovens'".