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formas de uso
do TikTok que fazem sentido para veículos jornalísticos
2. criação de
conteúdos
direcionados
Conteúdos informativos criados especificamente para a conta do TikTok do jornal, sem se relacionarem com produções em outras plataformas.
Ocorre de 4 formas:
— Apresentador + letreiro/tela verde
— Visualização de dados com objetos do cotidiano
— Desenhos
— Adaptação de conteúdo jornalístico a tendências do app
Apresentador + letreiro e/ou fundo verde
A simples presença de uma pessoa conversando com o telespectador já aproxima o vídeo de um formato adequado ao TikTok. Outro fator importante é o dinamismo do relato e da produção — linguagem coloquial, múltiplos cortes na edição, alternância no volume da fala, movimentos de câmera etc.
O fundo verde, por sua vez, é um dos efeitos mais populares da rede. Ele permite que o apresentador do TikTok substitua o fundo de sua gravação por outra imagem ou vídeo.
Assim, a tela verde é um dos formatos mais simples de criação direcionada — mas que costuma gerar bons conteúdos, já que proporciona dinamismo ao vídeo e, ao mesmo tempo, auxilia na construção narrativa (imagens + apresentação).
Esse tiktok é simples e objetivo. Ele começa com um gancho: "Isso não é Austrália nem Estados Unidos. Isso está ocorrendo na Argentina agora mesmo", enquanto imagens do incêndio passam ao fundo da apresentadora por meio do recurso de fundo verde.
O vídeo é eficaz em alertar o usuário sobre os incêndios de Córdoba, e seu bom desempenho na plataforma reforça que os usuários do TikTok também se interessam por temas sérios.
La Nación
25/08/2020
Visualização de dados
por meio de objetos
Essa é uma forma interessante de traduzir dados em uma linguagem que funciona no TikTok: utilizando objetos comuns do cotidiano de casa ou da redação. O aproveitamento de objetos inusitados nesse tipo de vídeos expressa dois valores apreciados na plataforma: a criatividade e a espontaneidade, inclusive por incluir um pouco dos bastidores da redação ou até da casa do jornalista.
Le Monde
26/06/2020
O jornalista Pierre Lecornu utilizou cubos de gelo para ilustrar o derretimento das geleiras nos polos, mostrando como esse processo se acelerou abruptamente nas últimas décadas. Mesmo assim, é difícil mensurar a extensão de toneladas de gelo — então ele comparou essas medidas com o tamanho de elefantes, um referencial mais familiar para as pessoas. A criatividade da ideia favorece sua aceitação no ambiente do TikTok, já que incita a curiosidade dos usuários.
desenhos
São vídeos que utilizam os desenhos para facilitar a entrega da informação para o público. A diferença para os gráficos ou infográficos é que, em vídeo, a ideia é mostrar o desenho sendo feito.
Uma boa referência são os vídeos "hand drawn" ("desenho à mão"), nascidos no YouTube, em que a imagem mostra apenas os braços e mãos desenhando num papel em branco, geralmente com a narração do apresentador em áudio. No TikTok, porém, essa pessoalidade é fundamental: ter a voz do narrador no fundo e até aparecer seu rosto em algum momento do vídeo são formatos mais adequados para os vídeos de desenhos na plataforma.
Adaptação de conteúdo jornalístico a tendências do tiktok
O TikTok tem tendências novas a todo momento. Às vezes são um áudio ou música em alta; às vezes são desafios de dança, dublagem ou performances; algum efeito visual para os vídeos; e por aí vai.
Os usuários surfam nessas tendências, consumindo e produzindo vídeos a partir delas. E o jornalismo pode se aproveitar disso: vários veículos têm feito conteúdos interessantes nesses moldes — alguns focados na entrega de informação, outros na construção de marca.
É uma boa estratégia de engajamento, já que os conteúdos da tendência do momento são melhores rankeados pelo algoritmo e mais bem recebidos pelos usuários.
Se bem feitos, esses vídeos também mostram que o jornal entende a linguagem da plataforma. O desafio aqui é conciliar essas tendências ao conteúdo jornalístico — que muitas vezes acaba sendo negligenciado. Veja um exemplo de uso adequado:
The Washington Post
23/11/2020
O vídeo utiliza um formato popular no TikTok, em que uma pessoa representa vários personagens que conversam entre si.
Aproveitando-se do formato, o jornalista cria um diálogo entre 3 tipos de vacina e um cidadão comum. Os cortes dinâmicos, as tiradas de humor e a criatividade capturam o interesse do usuário — ao passo em que a conversa encenada explica por que o acesso público a qualquer vacina ainda pode ser demorado.