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desafios comuns

que os jornais encontram quando ingressam no TikTok

concreto
adequação da linguagem

4 de dezembro

de 2020

Diferentes redes sociais requerem diferentes linguagens. Ter isso em mente é o primeiro passo para produzir um conteúdo que faça sentido para cada uma das audiências. 

 

Com o TikTok, não é diferente. Depois de poucos minutos na plataforma, já se nota a diferença no formato dos vídeos e na linguagem utilizada em relação a outras redes sociais. 

 

O feed da rede dispõe vídeos em tela cheia, o que gera uma experiência imersiva no usuário. Com tempo limitado a 1 minuto e um cardápio quase infinito de vídeos, cada um dos conteúdos tenta fisgar a atenção do usuário e fazê-lo assistir até o final. 

 

O início de cada vídeo (por volta dos primeiros 3 segundos) é fundamental para reter o espectador. Depois, cortes dinâmicos na edição, um storytelling envolvente e vocabulário leve ajudam o conteúdo a ser visto até o final — ou até a ser visto mais de uma vez, em looping. 

 

Assim, não há tempo para vinhetas ou apresentações mais prolongadas, o que é comum no YouTube. E até os vídeos com letreiros por cima, mais vistos no Instagram, podem ser monótonos para o ritmo do TikTok. 

 

Outros pontos basais são a faixa etária dos usuários, que tendem a ser mais jovens (ver seção sobre isso); e a importância da troca humana, seja por vídeo ou pelo menos por voz.

 

Com tudo isso, se desenha um desafio: a adequação a uma linguagem mais leve, dinâmica e jovem; e, ao mesmo tempo, a manutenção da função informativa do jornal. Como informar nos moldes do TikTok?

algumas orientações

Naturalmente, não há uma resposta simples para isso. Mas os jornalistas que já trabalham com a plataforma há algum tempo têm algumas recomendações: 

 

  • Consumir conteúdo no TikTok. Ser heavy user do aplicativo é o que vai proporcionar a criação de uma gramática de referência pessoal que é quase orgânica e inconsciente;

 

  • Não transportar simplesmente os conteúdos de outras redes. Vídeos do YouTube, dos Stories ou do IGTV do Instagram, de maneira geral, não se adequam ao padrão do TikTok;

 

  • Não parecer um tiozão. A ideia de que se está falando com um público jovem demais pode resultar, sem querer, na adoção de um tom de voz paternalista, que soa como uma pressuposição de que o interlocutor é idiota. De forma semelhante, tentar imitar a linguagem dos mais jovens pode ser um tiro no próprio pé se o jornalista não estiver confortável. Os usuários do TikTok buscam autenticidade, e vão detectar facilmente quando conteúdos são forçados;

 

  • Tentar chegar a um só tom de voz comum aos vídeos é importante para a cristalização da identidade da conta. Mas, até encontrar algo que funcione, a dica é ir experimentando. Perceber aos poucos qual tom faz sentido para o jornal e, ao mesmo tempo, consegue engajar a audiência do TikTok.

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